sábado, 11 de agosto de 2018

Um papo sobre amar cada partezinha nossa

Eu sei que nos últimos textos eu tenho falado muito sobre amor próprio, mesmo que não seja exatamente o termo que eu tenha utilizado. Mas nesse texto eu quero focar um pouco mais nisso, e por dois motivos: primeiro, porque eu tenho me sentido muito inspirada a falar sobre a maneira que nos enxergamos; e segundo, porque algumas pessoas têm me pedido textos com essa temática.
Essa semana eu cheguei até a escutar/ler que sou uma inspiração quando o assunto é se amar. E é engraçado como eu raramente penso sobre me amar. Digo, no sentido de expressar isso e ficar tão nítido para outras pessoas. Confesso que fiquei surpresa, e não tô dizendo isso para forçar uma modéstia, jamais. Eu realmente fiquei surpresa e senti a necessidade de observar como eu inspiro as pessoas de uma forma tão linda e inimaginada até então.
O que é amor próprio? Como eu posso me amar mais? Será que dou digna de tanto amor? Essas e diversas outras perguntas que surgem quando ouvimos das pessoas e de nós mesmas (os) que devemos sempre nos amar começaram a fazer parte dos meus pensamentos nos últimos dias. E esse texto é justamente para compartilhar com vocês os meus aprendizados sobre amor próprio, em especial o que aprendi nos últimos meses.
Para começar, se amar não tem a ver com se achar "a última bolacha do pacote". Se amar tem a ver com se aceitar. É essa a chave: autoaceitação! Porque quando a gente aceita cada partezinha nossa, tudo fica mais fácil. Não precisamos nos forçar a nos amar, até porque isso é algo que surge naturalmente e até porque muitas vezes o que sentimos ao nosso respeito é raiva, é ódio, é tristeza, e mesmo assim não significa que há algo de errado. O que a gente, de verdade, precisa, é aceitar tudo que faz parte de nós. E isso equivale a dizer: nosso corpo, nossa vida, nossa casa, nossa situação atual, nossos sentimentos. Aos poucos, sem pressão, do jeito que conseguirmos. A gente só precisa olhar pra gente com mais carinho e nos trabalhar a todo momento para entender que não poderíamos ser de outra forma, porque senão não seríamos quem somos.
E, sim, eu entendo perfeitamente aquela história de "não é tão fácil". E por isso eu digo "mas também não é impossível". A todo momento podemos escolher nos ver com os melhores olhos, deixando para lá a perfeição idealizada pelo ego. Já somos perfeitos. O universo, Deus, Alá, ou como você prefira chamar, não erra!
Focando na minha experiência, eu quero dizer aqui que amo me sentir bem e em paz. E quem é que não gosta? Mas o fato é que eu, e esse provavelmente é o seu caso e o da maioria das pessoas, estava tendo dificuldade em lidar com outros estados emocionais, que eram classificados pela minha mente como "negativos". Era como se eu me sentisse menos digna de tudo que há de bom, era como se eu não pudesse me amar por estar me sentindo de uma determinada forma, por estar sentindo raiva ou qualquer outra sensação dessas que imediatamente associamos a algo ruim. Até que eu despertei para a autoaceitação. "E se eu conseguisse aceitar tudo isso?" "E se eu conseguisse aceitar que mesmo sentindo tudo isso, ainda assim eu sou digna de amor?" "E se eu conseguisse aprender com tudo isso?" "Pois é, eu posso."
Sim, é nos aceitando nos melhores e nos piores momentos, é aceitando nossas qualidades e também nossos defeitos, é aceitando tudo que fizemos no passado, é aceitando cada transformação que acontece dentro de nós, é aceitando as transformações propostas pela vida... é assim que somos capazes de nos amar de verdade. Esse não é aquele amor superficial que grita e se impõe, que depende de como as coisas estão e de como as pessoas nos enxergam. Esse é o amor incondicional, o amor que diz: eu me amo apesar de qualquer coisa, porque cada partezinha minha, seja rotulada de boa ou má, é minha, e por ser minha é digna de amor. Esse é o verdadeiro amor, o que nos faz ser capazes de nos amar, não porque somos perfeitos aos olhos dos nossos ideiais, mas porque somos capazes de nos aceitar em qualquer condição.
Então, meus amores, vamos nos aceitar. Aos poucos. Vamos nos aceitar muito. Vamos nos aceitar completamente. Que aí o amor faz presença. <3

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