terça-feira, 31 de julho de 2018

O que fazer quando você já aprendeu a voar

Dia desses eu tava explicando para um amigo o porquê do meu desejo em ser uma borboleta, caso fosse um animal. Ela nasce de um processo lindo que envolve uma autotransformação, ela tem asas, ela voa. Para mim, é algo muito claro que ser uma borboleta é uma das formas mais lindas de um animal.
Sim, para mim. Uma pessoa que não teme a mudanças, uma pessoa que descobriu que possui asas e que já aprendeu a utilizá-las.
Essa introdução, que fala um pouco do meu temperamento, é para dizer como eu me sinto após ter voltado a morar na minha cidade, Santa Bárbara, uma pequena cidade do interior da Bahia, após ter vivido na Espanha e, mais recentemente, em Brasília*. A princípio pode parecer que a borboleta sentiu as suas asas quebradas. E foi assim mesmo que eu me senti. A sensação era a de ter voltado para o casulo, mesmo que conscientemente eu já soubesse o que é a liberdade e a amasse infinitamente.
Ao longo desse período de retração, digamos assim, eu fui começando a perceber que seria impossível retroceder. Pode parecer contraditório, mas o que quero dizer é que... mesmo tendo retornado a um espaço um pouco mais limitado, seria impossível fechar as minhas asas e retomar à consciência que eu possuía na fase de casulo. Nada mais é capaz de me limitar. E mesmo que acontecimentos, pessoas, julgamentos etc me pressionem para isso, isso jamais irá acontecer.
E foi justamente quando eu percebi que essa força, essa liberdade, essa leveza, essa determinação, essa coragem são atributos que já existiam dentro de mim e que foram sendo desenvolvidos externamente com as minhas experiências... aí eu percebi que o lugar em que eu estou jamais irá me limitar de alguma forma. Sou eu que determino como eu vou me comportar perante cada coisa, cada ambiente, cada pessoa, cada mentalidade, cada lugar.
Depois que aprendi isso, ficou simples perceber que o fato de eu ter retornado à minha cidade natal jamais terá o poder de me fazer desanimar ou de me fazer sentir menor do que já fui um dia. As experiências que eu vivi fora daqui serviram para me fazer enxergar a potencialidade que habita dentro de mim e que me torna capaz de ser livre em qualquer parte. A partir daí alguns insights começaram a surgir. Como eu posso ser livre onde estou agora? Como eu posso dar o meu melhor onde estou agora? Como posso inspirar pessoas estando onde estou agora? Como eu posso expressar a minha essência onde estou agora?
É exatamente assim que estou vivendo. Olhando os horizontes criados dentro de mim, e não as limitações que se fazem presentes no externo. Se estou aqui ou se estou em alguma cidade do outro lado do planeta, serei e expressarei o melhor que há dentro de mim, darei o meu melhor. É assim que faz uma pessoa que já aprendeu a voar.

*o tema foi levantado via instagram (@jamilealmeida1) e eu achei oportuno para que eu fizesse essa reflexão de um modo mais amplo e colorido. Gratidão a quem deixou a sugestão. <3

Nenhum comentário:

Postar um comentário