Na semana passada eu acabei torcendo o pé quando fazia um exercício na aula de pilates. Além de força, ele exigia muito equilíbrio. Eu precisava sustentar meu corpo em cima de uma bola e me apoiar numa barra presa a molas, que se moviam para trás e para a frente, conforme eu as controlava. Acabei desequilibrando na hora que terminei o exercício e o meu pé direito recebeu todo o peso do meu corpo.
Comecei a sentir a dor quando voltava para a casa, pois de imediato eu só havia sentindo um sutil incômodo. Durante o caminho, eu me questionava por que aquilo havia acontecido, buscando olhar o que em mim havia provocado aquilo. Talvez alguns de vocês não entendam, mas costumo estudar sobre a metafísica da saúde, que, de forma sucinta, mostra como cada reação física está ligada a uma emoção que não observamos bem.
Eram muitos pensamentos que poderiam me levar à culpa por ter o meu pé machucado. No intervalo desses pensamentos, vinham outros que me lembravam de tudo que eu tinha que resolver no dia seguinte e de como eu precisava estar bem para dar conta de todas as tarefas. Entre o peso que se estabeleceu em cima de mim, respirei fundo e escolhi acolher aquela situação. Cheguei em casa, sentei no chão do meu quarto e toquei o meu pé com carinho. A comunicação era quase a de uma mãe quando um filho se acidenta.
Durante os dias que se seguiram, comecei a perceber, de modo leve, como andar era importante para mim. Até então eu não percebia aquilo como algo tão maravilhoso. Mancar não fez com que eu ficasse trancada num quarto até ficar boa; eu continuei fazendo minhas tarefas, fosse pagando um motoboy, fosse andando aos poucos. Nada do que eu temia deixar de fazer por conta do meu pé machucado aconteceu. É sempre possível dar um jeito.
Mas a coisa mais maravilhosa de tudo isso, e que talvez eu não tivesse percebido se o acidente não tivesse ocorrido, é que eu senti que estava evoluindo. E de várias formas. Eu fui capaz de olhar com carinho e importância para uma parte do meu corpo que muitas vezes passava despercebida. Percebi que a queda nada mais significou do que a minha progressão numa prática que sou fã, que é o pilates, afinal, se eu cheguei a cair é porque eu estava realmente fazendo algo que exigia mais concentração e equilíbrio do meu corpo.
E percebi também que as respostas para tudo que nos acontece acaba vindo, uma hora ou outra. Não é preciso querer esmiuçar tudo na hora e saber o porquê de cada coisa. Basta observá-la como algo necessário ao nosso crescimento e ponto final, e aí, sim, é possível ir percebendo a benção que está por trás de um acontecimento que num primeiro momento julgamos ser ruim.
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