quarta-feira, 7 de junho de 2017

Nem tudo é um trade-off

Trade-off é utilizado na Ciência Econômica para caracterizar uma escolha conflitante. Ou uma coisa, ou outra. É assim em muitas coisas da vida também. Em muitas, mas não em todas. Sinto e percebo que muitas pessoas se limitam a uma coisa por achar que são forçadas a fazer uma escolha, por acreditar que na vida sempre devemos escolher entre uma ou outra coisa. Mas nem sempre precisamos fazer isso.
Primeiro, observe se, de fato, você precisa fazer uma escolha. Se sim, reflita a respeito e tome a sua decisão. Mas se você notar que talvez não precise ir por um único caminho, então assuma a responsabilidade de poder ser ou ter mais de uma coisa. O mundo não é quadradinho como nós, muitas vezes, somos induzidos a acreditar.
Vou contar uma historinha de quando eu era criança. Hoje eu sou formada em Economia e sei que meus talentos estão voltados às ciências humanas, mas quando eu era mais nova o meu sonho era seguir outras profissões. Eu queria ser médica e modelo. Sim, duas coisas. E, sim, duas coisas completamente diferentes. Eu tô contando isso aqui porque toda vez que eu abria a boca para falar as profissões que eu pretendia seguir, as pessoas sempre reagiam com espanto.
Lembro que uma vez na escola a professora perguntou à minha turma o que cada um gostaria de ser. Quando chegou a minha vez de responder, todo mundo olhou pra mim com surpresa, mas também com uma certa indignação. Alguns colegas chegaram a me perguntar "Como assim duas profissões?". Era como se eu fosse obrigada a optar apenas por uma. E é querendo impor escolhas que as pessoas costumam agir e costumam também querer que a gente aja.
Na época eu tinha por volta de 7 anos de idade e a minha decisão de ser médica era mais por influência da família, enquanto que ser modelo era uma decisão pautada no glamour que eu via na profissão. Enfim, quando a gente é criança a gente quer ser coisas que muitas vezes não têm muito a ver com a gente e que só descobrimos isso mais tarde. Mas a ideia que quero mostrar é que eu não conhecia ninguém que desempenhasse duas profissões ao mesmo tempo, mas ainda assim era uma coisa normal para mim. Ou seja, eu não precisava de exemplos para querer aquilo, eu apenas desejava.
Quando crianças, há dentro da gente essa naturalidade em ver a vida e em acreditar que podemos desejar qualquer coisa. Aí a gente vai crescendo e acaba se moldando com o que a sociedade acha aceitável. No caso em questão, a gente vai aprendendo que querer ser duas coisas é querer demais, que o normal é seguir apenas um caminho, preferencialmente o caminho mais aceitável pelas pessoas ao redor. E o que eu quero mostrar aqui hoje é que talvez vocês estejam deixando de lado coisas que poderiam muito bem se encaixar com o que já faz parte das suas vidas.
É aquela coisa que eu vivo discordando: sorte no jogo, azar no amor, e vice-versa. Para que colocar limites quando não é necessário abrir mão de algo para possuir outra coisa? Por que se contentar com uma parte se podemos ter tudo? Analise a situação que requer a sua decisão. Não é apenas o lado profissional que requer esta avaliação. Você precisa mesmo deixar algo de lado ou está fazendo isso porque acha que não pode e/ou não merece ter tudo?
O universo é abundante. E para que a abundância se manifeste em nossas vidas, devemos percebê-la e aceitá-la. Que tal deixar que mais de uma possibilidade faça parte da nossa vida? (:

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