Boa noite, lindinhos! Eu já contei aqui em uns 500 posts que me formei no início do mês passado kkkk, mas ainda preciso tocar nesse assunto. É que ele me despertou diversas coisas que acredito ser de grande relevância para se tratar aqui no blog. O tema de hoje talvez seja o mais polêmico deles, e foi o que mais me fez refletir.
Formatura chegando, formatura acontecendo, formatura virando passado... E a frase que eu mais ouvi, depois de "Parabéns, você merece!", foi "Isso é só o começo". Vocês devem estar se perguntando o que há de errado com tal frase. Tudo bem, ao a pronunciarem, as pessoas podiam estar querendo impulsionar quem ouvia a buscar cada vez mais. Mas, paralelamente, pode-se entender que nunca seremos o suficiente, justamente porque temos o DEVER de buscar cada vez mais.
Era como se eu jamais pudesse virar e dizer que "Eu pretendo parar na graduação". E essa cobrança que eu percebi no final do meu curso apenas dá continuidade às cobranças que tive que lidar ao longo de toda a minha vida, mesmo que não tenham sido de forma explícita. "Tem que tirar boas notas, afinal, você só estuda", "Seus irmão não tiveram metade das oportunidades que você teve", "Você tem que passar no vestibular de uma universidade pública" etc. Esses são alguns exemplos meus, mas eu tenho certeza que vocês também já passaram ou passam por cobranças parecidas. E uma hora esse tipo de cobrança passa a ser mais nossa do que dos outros.
Elas servem para que busquemos coisas melhores? Servem. Mas será que elas também não perpetuam a ideia de que devemos mostrar que conseguimos fazer algo para que, então, possamos ser reconhecidos? A ideia é o seguinte: olha, parabéns por ter chegado até aqui, mas ainda não está bom assim, agora queremos que você vá lá e busque mais alguma coisa, porque você precisa fazer isso para mostrar que é alguém na vida.
É como se a todo momento a gente tivesse que provar aos outros a nossa capacidade intelectual por meio de cursos, de títulos, de prêmios... Mais do que isso, é como se tivéssemos que provar o nosso valor por meio da nossa capacidade intelectual. E é aí, seguindo sem pensar, que muitas pessoas confundem o "ter" com o "ser". Conseguem ter tudo, mas se perdem de quem realmente são. Ou, em alguns casos, desistem de si mesmos antes de obterem o que foram condenados a buscar.
Isso é tão absurdo que você pode se sentir pressionado a ir atrás até mesmo coisas que não quer. Não vejo nada de errado com quem sonha em ser doutor, mas também não há nada de errado com quem sonha em ter uma vida simples no campo. Seria legal entender e respeitar isso. Somos pessoas, temos a nossa individualidade, não precisamos viver os sonhos as cobranças dos outros para mostrar que somos suficientes.
Nunca seremos suficientes enquanto a nossa busca for mostrar ao mundo que conseguimos ser cada vez melhores. Somos suficientes quando somos nós mesmos e quando vivemos para nós mesmos. Somos suficientes quando entendemos que já somos o bastante, mesmo antes de conseguir o tão sonhado mestrado e mesmo quando o nosso sonho pode parecer pequeno ou grande demais aos olhos dos outros.
Nunca seremos suficientes enquanto a nossa busca for mostrar ao mundo que conseguimos ser cada vez melhores. Somos suficientes quando somos nós mesmos e quando vivemos para nós mesmos. Somos suficientes quando entendemos que já somos o bastante, mesmo antes de conseguir o tão sonhado mestrado e mesmo quando o nosso sonho pode parecer pequeno ou grande demais aos olhos dos outros.
A eterna pressão social que faz com que pareçamos sempre insuficientes é o pré-requisito de outra eterna cobrança social: a de que temos que ter cada vez mais. Uma alimenta a outra em um ciclo perigoso. E nesse finalzinho de texto, o qual envolvi muita emoção à medida que ia escrevendo, quero dizer que não precisamos nos condicionar a essas regras para nos sentir bem com a gente mesmo e para sentir que somos capazes. Muito menos, devemos tentar mudar tudo isso querendo mudar a visão dos outros. Basta que tenhamos coragem. Não só de fazer o que queremos, mas de lidar com as reações negativas vindas dos outros e, ainda assim, seguir o nosso caminho.
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