É complicado teorizar algo que só podemos ter a noção do que se trata quando sentimos na prática, mas hoje eu senti vontade de escrever esse texto. Porque eu quero dizer que muita gente confunde o amor com outras milhares de coisas e esquece da simplicidade desse sentimento.
É notável, e até já virou algo comum, as pessoas associarem o amor como algo que lhes tira poder. Quer ver só? Aposto que você vive se deparando com frases do tipo nas redes sociais e, pior, na boca das pessoas: "é melhor sofrer no bar do que sofrer por amor", "tô fodido porque me apaixonei" etc. O que eu percebo é que ocorre um grande equívoco. Primeiro porque o amor não faz ninguém sofrer; se alguém sofre, é porque confundiu alguma outra coisa com amor. Segundo porque o amor não se manifestará em outra pessoa sem que antes se manifeste na gente. E sobre este último item, devo acrescentar que muitas pessoas projetam no outro as necessidades que precisam suprir em si mesmo, transferindo para o outro a responsabilidade de fazê-las felizes.
Então, dessas confusões acaba nascendo a ideia de que o amor é responsável pelo sofrimento. Porque é muito mais fácil culpar o amor do que tomar a responsabilidade pelas coisas que fazemos e pelo modo como agimos, né? Mas ao continuar fazendo as mesmas coisas e agindo da mesma forma a gente acaba dando o nosso poder a pessoas e coisas externas e que podem fazer o que bem quiserem da nossa vida. Não é o amor que rouba o nosso poder, somos nós que damos o nosso poder a quem não deveríamos.
E sabe por que isso acontece? Porque não aprendemos a aceitar que a nossa felicidade é algo que depende de nós e que só pode se manifestar por meio do outro quando resolvemos nos fazer felizes. Desculpa dizer, mas as coisas não vão mudar se você não mudar, se continuar se lamuriando pelos relacionamentos frustrados, se continuar culpando as pessoas com as quais você se relacionou pelo fato de as coisas não terem dado certo, se continuar acreditando que amar é coisa de idiota e que prefere não se envolver com ninguém para não sofrer. Há ainda os casos de pessoas que se enganam, fazendo de conta que está tudo bem do jeito que está e isso serve de justificativa para continuar do jeito que são. Tudo isso só aumenta a crença de que o amor não presta e faz com que você se feche ainda mais para as sensações que esse sentimento traz.
O amor não quer nada disso da gente. Ele não vai se manifestar em outra pessoa enquanto continuarmos a criar barreiras para que ele entre em nossa vida. O que a grande maioria quer é que alguém especial entre em sua vida e resolva todos os seus problemas. Mas se recusam a se ajudar, a colaborar para que as coisas aconteçam, a se abrir para que coisas e pessoas novas surjam em suas vidas. E o pior, justificam toda essa resistência com crenças do tipo "nenhum homem presta" ou "mulher que preste está difícil". Se você acredita, assim será.
Amar, pra quem ama de verdade, é a melhor coisa da vida. É parar de criar resistência para si e para o outro, porque você já possui confiança o bastante para caminhar sem medo. Amar é deixar de lado a resistência, que é baseada no medo de que as coisas não ocorram como imaginamos, para seguir a vida com coragem, que está sempre nos dizendo que temos força e poder suficientes para sermos felizes.
Se algo se torna pesado e cansativo demais num relacionamento, pode ter certeza que isso não é amor, que é alguma necessidade sua que você quer suprir através de outra pessoa. O amor é o mais completo dos sentimentos, porque ele está sempre acompanhado de carinho, respeito, paz, prazer, desejo e das mais deliciosas sensações. Que tal tornar tudo isso mais presente em sua própria vida em vez de cobrar do outro?
É isso, meus amores, a minha mensagem de hoje é uma provocação para muitos de vocês repensarem o que têm feito em relação a si e como isso tem afetado a vida amorosa de vocês. Percebi que fui muito "terapeuta" nesse texto, mas tenho certeza que ele será útil para muitas pessoas que estão precisando desse tapa da cara, haha. Beijos e um ótimo final de semana! <3 :*
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