quinta-feira, 20 de abril de 2017

Um papo sobre sucessos e fracassos

Boa noite, queridos! O papo de hoje é sobre sucessos e fracassos, como o próprio título já diz. Eu poderia falar aqui sobre o quão normal é obter sucessos em algumas coisas e fracassos em outras, porque, afinal, somos humanos. Mas quero direcionar este texto a uma abordagem diferente desse tema: sucesso e fracasso são coisas que dependem da nossa interpretação.
O positivo, que associamos ao sucesso, pode ser visto em todas as situações. É possível que alguns de vocês estejam me xingando, me chamando de doida ou algo do tipo. Mas é assim que é. Muitas vezes "fracassamos" porque não era a hora daquilo acontecer, ou porque não estávamos preparados para lidar com o "sucesso" ainda, ou porque o "fracasso" nos fará refletir e evoluir naquele momento ou até mesmo porque algo melhor estava ali à nossa frente. Mas fracassar não é perder, não é receber um castigo, não é um indicativo de que não somos suficientes. Desde cedo somos ensinados a ganhar, a mostrar que somos melhores que os outros, e ao longo da vida vamos mantendo essa ideia de competitividade que faz com que não saibamos lidar com as coisas quando elas não acontecem como imaginamos. E aí acabamos associando tudo isso à nossa pastinha mental de coisas ruins.
O que eu quero chamar atenção aqui nesse texto é o seguinte: se algo não ocorreu do jeito que você imaginou, não significa que não deu certo. Será mesmo que o universo ia querer o nosso mal? Claro que não, gente! Ele só quer o nosso bem e a única coisa que pede em troca é que interpretemos as coisas de maneira positiva. Essa ideia de fracasso, que está relacionada a perda, só nos fará mal se assim julgarmos.
Vamos ao exemplo pessoal desse tema! haha. Pode parecer que eu me exponho muito fazendo isso, e é o que realmente acontece. Mas é algo que, além de ajudá-los a ter uma noção melhor do que desejo abordar, me faz bem, porque é como se eu estivesse me avaliando e isso me dá uma noção melhor de mim mesma. Mas vou parar de enrolação e partir para o assunto... Das minhas habilidades, fazer apresentação em público não é das melhores. Já fiz algumas para muitas pessoas e que foram muito boas, mas vez ou outra eu me pegava um pouco insegura. E foi assim que eu estava me sentindo quando apresentei um artigo que desenvolvi no meu último ano de graduação, num espaço que envolvia professores e colegas do meu curso. No momento da apresentação eu fui pega por uma tensão e a autocrítica que eu fazia naquele momento era que eu poderia estar fazendo aquilo de uma maneira bem melhor. Isso foi confirmado depois, quando o meu orientador me deu sermão e falou das coisas que eu precisava melhorar. Nossa, aquilo foi como um tapa na minha cara!
Eu fui pra casa, tomei um banho, dormi, e no dia seguinte eu pratiquei atividade física e fiz as demais coisas que faziam parte da minha rotina. Ainda assim, aquele sentimento de "poderia ser sido melhor" me acompanhava. Até que eu resolvi parar, sentar e conversar comigo mesma. Eu precisava saber de mim se queria continuar sendo afetada por aquilo ou se queria utilizá-lo como forma de aprender e evoluir. Eu sabia que a melhor opção era a segunda e não queria desperdiçar a minha inteligência. Naquele momento, eu decretei que ficaria bem comigo mesma. O que havia ocorrido era a oportunidade que eu precisava para perceber a minha necessidade de trabalhar algumas coisas em mim mesma: ansiedade, insegurança, medo do julgamento alheio. E isso servia não só para a hora de fazer apresentações para outras pessoas, servia para qualquer coisa na minha vida.
A minha próxima apresentação daquele tipo seria da monografia. E um dia antes eu resolvi fazer pela primeira vez uma coisa que eu sempre faço quando estou em situações que percebo que o resultado pode me deixar triste ou feliz, enfim, quando estou em situações que mexem com o meu emocional e que, se eu não tiver cuidado, podem me abater: uma declaração! Isso mesmo. Eu escrevi no meu caderno de agradecimentos e afins que eu ficaria bem, independente do que ocorresse. Claro que eu não escrevi só isso, eu fiz um pequeno texto me lembrando do quanto eu me amava e estava ao meu lado, mesmo que as coisas aparentassem não dar certo.
Apresentar a minha monografia foi uma das coisas mais espetaculares da minha vida e o momento mais emocionante e divertido de toda a minha graduação. Apesar de ter escolhido uma banca "linha dura", eu soube lidar com o meu emocional, soube manter a tranquilidade e a clareza na hora da apresentação e soube debater e aceitar a mim digiridas. Vocês devem estar pensando: "Nossa, agora foi um sucesso!". Mas quem disse que a apresentação que descrevi anteriormente também não foi um sucesso? Foi um sucesso meu, particular, que me apontou onde e como eu poderia melhorar. Gente, sem aquela apresentação que de cara eu havia caracterizado como "horrível", eu jamais perceberia coisas que eu tinha que observar e que mereciam o meu empenho em transformá-las. E mais: sem perceber tudo isso, eu não teria feito uma apresentação tão legal da minha monografia.
O balanço que eu faço de tudo isso hoje é que o que eu precisava no primeiro momento era exatamente o que eu obtive. Não teve sucesso e nem fracasso. Tudo foi como deveria ser. No segundo momento, não foi diferente. As coisas acontecem sempre de tal maneira que nos mostra a capacidade que possuímos de fazer as mudanças internas que devemos fazer. Quando a gente busca aprender com as situações, em vez de rotulá-las de "boas" ou "ruins", a gente percebe que só tem a ganhar, que nada é perda.
Tudo vai depender do significado que damos ao que nos acontece. Quando percebemos que cada coisa e cada acontecimento dependem do valor que decidimos dar para eles, tudo fica mais fácil. A gente só fracassa se optarmos pelo fracasso e por tudo de ruim que acreditamos que está envolto nele.

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