sábado, 9 de abril de 2016

Um papo sobre a situação econômica do Brasil

Oi meus lindinhos! Como vocês devem ter percebido pelo título, o assunto desta postagem não é nada semelhante aos que trabalho aqui no blog. Não sei se vocês sabem, mas já comentei aqui que sou graduanda do curso de Economia. Como a atual situação econômica do Brasil tem levantado muitos debates, algumas pessoas acabam pedindo a minha opinião ou explicação sobre algumas coisas. Pensando nisso, resolvi fazer uma postagem, onde tentarei explorar, numa linguagem clara, os problemas econômicos vividos pelo nosso país.
Bom, pra começar, a questão não é só econômica. É também política e também social. Mas o que seria a Economia senão uma ciência que deve analisar diversas variáveis que não apenas a econômica?... Pois bem, como tudo funciona em conjunto, é preciso que haja uma discussão ampla. Porém, não acho que este espaço a comporte, então tentarei sintetizar o que, na condição de futura economista e pesquisadora da política fiscal brasileira, entendo sobre o presente cenário econômico. Antes de mais nada, não estou aqui para defender A ou B. Apenas expressarei a minha opinião, que é baseada em teorias e análises de dados sobre o período recente.
A palavra do momento é "crise"! E as pessoas a utilizam para justificar tudo. Mas há, realmente, uma crise? Sim, gente, estamos passando por um período de recessão e desaceleramento econômico. Esse cenário passou a se mostrar de forma mais crítica a partir do ano passado, quando o período eleitoral já havia passado e houve o reajuste dos preços de alguns bens, além de ficar mais claro para a população brasileira a necessidade de organizar as finanças públicas.
Por falar em população, é possível dizer que a crise se consolidou a partir do momento que toda a sociedade brasileira começou a sentir de forma explícita os seus efeitos. Pra começar, houve um elevado crescimento da inflação. E aqui cabe uma frase de FHC que gosto muito: "A inflação é o mais injusto e cruel imposto (FHC, 1993)", justificando o fato de ser igual para todo mundo, independente da posição social que ocupe e do valor do salário recebido no final do mês. Dessa maneira, a primeira variável que afeta diretamente toda a sociedade brasileira é inflação alta.
Outra variável que vem afetando negativamente muitos brasileiros é o desemprego. Quem não tem um amigo ou parente que foi despedido porque a empresa em que trabalhava está diminuindo o número de funcionários? Por mais que tal realidade possa parecer distante para algumas pessoas, não dá pra fechar os olhos. Este caracteriza-se, sim, como um grave problema econômico e social do país.
Além do mais, o corte de benefícios e bolsas de alguns programas do governo também se realizam como efeitos negativos decorrentes da crise. Mas prefiro não me estender muito, porque, como disse no início do texto, não quero deixá-lo entendiante ou longo demais.
A respeito das disfunções que nos trouxeram ao atual cenário, não se trata apenas de roubos com corrupção, é preciso assumir que houve uma desregulação da política econômica brasileira a partir de 2010, quando os efeitos da crise econômica internacional de 2008 já deveriam estar cessando. Na verdade, àquela altura os efeitos da política feita em função de tal crise ainda não haviam chegado. E estamos justamente pagando pela errônea condução da mesma agora. Uma hora ou outra a conta vem.
A elevação desenfreada do gasto público é um dos principais fatores que representa a citada desregulação da política econômica. A expansão dos gastos, não acompanhada pelo crescimento proporcional do PIB, acarretou um dos maiores problemas de ordem fiscal do Brasil. Em contrapartida, a carga tributária brasileira já se mostra bem acima da exibida por países com economia semelhante à nossa, o que sugere um certo cuidado ao elevá-la ainda mais como forma de financiar os gastos crescentes. Disso, resulta a elevação da dívida, já que o Brasil não está conseguindo fazer superávit primário, poupança destinada a pagar o juro da dívida.
O cenário externo, utilizado por alguns economistas e políticos, como justificativa para o momento ruim que vivemos não pode, claramente, ser sustentado, uma vez que diversos outros países também emergentes conseguiram superá-lo. Há que se assumir que a falta de habilidade na condução da política econômica brasileira é o fator central da crise econômica, que leva a uma crise política e que afeta fortemente a sociedade. 
O ajuste fiscal começado no início do ano passado é o começo para a superação da adversidade que vivemos. Assim como nos anos 90, o Brasil agora deve passar por um processo de ajuste de suas contas, que deve ser consolidado por meio de medidas que reduzam e melhorem os gastos públicos, como é consenso entre a maioria dos economistas brasileiros especialistas em finanças públicas. No curto prazo, os impostos deverão continuar crescendo, dado que reduzir os gastos é constitucionalmente complicado. 
Dito de outra forma, não haverá estabilização num futuro próximo, pelo menos não enquanto diversas medidas do ajuste fiscal continuarem a ser barradas pelo congresso e até que o governo continue tratando medidas emergenciais e cabíveis de forma irrelevante. É preciso levar adiante, e prontamente, a agenda de medidas necessárias para que o Brasil saia da crise e volte a crescer.
Aqui fica uma breve explanação acerca da economia brasileira. Uma discussão bem mais detalhada e utilizada de dados se faz presente em um dos capítulos do meu trabalho de monografia e espero que muitos de vocês possam acessá-lo. Beijos e bom domingo! <3

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