sábado, 6 de outubro de 2018

Aquelas dores que só a gente sabe

Há alguns meses passei por uma situação complicada. E dia desses eu encontrei com uma cliente num evento festivo, o qual nos ofertou a possibilidade de conversar coisas além da nossa relação habitual. Ele me perguntou sobre o ocorrido, perguntou se eu não sofri. Era o mesmo tom das perguntas que recebi na época em que a minha mãe faleceu.
De forma serena, eu respondi que sim, que havia sofrido. Mas foi ali que eu me dei conta de como a minha dor não havia sido percebida por muitas pessoas. Não é que elas não tenham sido empáticas e nem que eu a tenha mascarado. É que foi uma dor tão pessoal, tão minha, e tão genuinamente mantida longe das minhas relações sociais, que só eu sei como foi senti-la.
E quantas vezes nós sentimos dores que mais ninguém, além de nós, fica sabendo... Quantas vezes somos fortes o bastante para manter intactas relações que não precisam ser afetadas com o que sentimos... Quantas vezes somos nossa principal, e até única, companhia...
Foi disso tudo que me dei conta naquele momento em que fui questionada sobre a minha dor. Me dei conta também da leveza que continuei passando para as pessoas, mesmo quando tudo era um vendaval na minha vida. Mas me dei conta principalmente que tudo pode permanecer leve, porque o mundo precisa da nossa luz e do nosso amor. E estamos sempre aptos a mostrá-los ao mundo. Mesmo quando achamos que tudo é dor.

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