Eu já sentia uma enorme empatia por você antes mesmo de trocarmos uma palavra.
Aliás, não me recordo de termos trocado alguma palavra. Não da maneira convencional. Nossos diálogos, às vezes longos, aconteciam sempre por outros meios. Um gesto seu e eu sentia o que você queria dizer. Um riso meu e você me entendia por completa. Uma troca de olhares, e o mundo poderia acabar naquele instante.
E quando nada mais nos prendia, fizemos a escolha errada. A nossa história era delicada demais, singela demais, era linda demais pra transformarmos em algo um pouco menos puro, em algo que o desejo pedia, mas que a vida negava.
A graça estava justamente no não poder. A vontade estava justamente no não ter você.
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